A relação de domínio é feita não apenas através da força física, mas pela subjugação da vontade do outro. É o domínio psicológico e emocional através do medo que o dominador exerce sobre o dominado, o controle total sobre o corpo, a mente, e as emoções - verdadeiro terrorismo psicológico.
O assédio moral, ou violência moral, é também chamado de psicoterrorismo, por isso, fizemos este paralelo com os estudos de Hannah Arendt.
No ambiente de trabalho, a vítima de assédio moral muitas vezes pode ser comparada, em uma escala menor, a um prisioneiro de um campo de concentração, como em Auschwitz, onde à entrada estava escrito "Arbeit macht frei" (O trabalho liberta), mas era uma jornada para a destruição do ser humano.
Estamos falando do trabalho onde acontecem relações de poder assimétricas, autoritárias e perversas entre o dominador (chefe) e dominado (servidor). Ocorre, então, a destruição da dignidade humana do trabalhador assediado, após um longo período de assédio moral - violência invisível que deixa suas marcas (psíquicas e emocionais) para sempre na subjetividade das vítimas deste processo perverso e desumano.
Lutar contra o assédio moral e todo tipo de violência no ambiente de trabalho é um dever ético de todos nósque lutamos pela dignidade do ser humano, e um ambiente saudável no trabalho.
*Hannah Arendt, The origins of totalitarianism, in Hannah Arendt, A Condição Humana, tradução: Roberto Raposo, revisão tecnica: Adriano Correia – 11ed – Rio de Janeiro: Forense Universitária.
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